APRENDE ESCREVER... ESCREVENDO!

Escrever é algo fascinante, poder colocar no papel os sentimentos, a compreensão do mundo, as experiências vividas. E para escrever não tem outro caminho conforme Scliar (2005, p. 21): [...] “Aprendi que, para aprender a escrever, tinha de escrever.” A aprendizagem refinada da escrita leva tempo e este processo necessita de empenho, de dedicação pessoal. Para confirmar esta idéia Scliar (2005, p.23) relata,

[...] Aprendi a rasgar e jogar fora. Quando um texto não é bom, ele não é bom- ponto. [...] É preciso ter a coragem de se desfazer. A cesta de papel é uma grande amiga do escritor.
Refletindo sobre a citação acima, muitas vezes quem escreve terá a sensação que se produziu textos pobres, e seja necessário recomeçar, arrumar, repensar o que foi escrito, isso faz parte do processo, e é necessário. Escrever é uma experiência que a cada nova folha escrita, trará uma forma diferente de expressar as palavras. O escritor não deve ter o medo de escrever, reescrever, de jogar fora o que acha que não está bom. Essa sensação de que pode escrever melhor faz parte do aprendizado da escrita refinada.
Alem da reflexão feita acima, é necessário para escrever bem, que o individuo tenha um conhecimento da língua, da gramática. É preciso, conhecer como as palavras, se combinam sintaticamente, e neste encadeamento gramatical, como elas serão entendidas por outras pessoas. A escrita assume um paradoxo: Ela é complexa, por sua estrutura sintática, mas necessita ser clara, direta e objetiva para que possa alcançar a sua função de comunicar. Segundo Cunha (2006, p.50),

[...] Já que isso de inspiração é como visita de um médico... Deve se ter a humildade da autocrítica, a coragem de podar trechos inteiros, a infinita paciência de recomeçar.

Neste contexto, o leitor-escritor necessita de uma boa dose de persistência, referindo-se a esse comentário, Cunha (2006, p.51) afirma: “é não desistir quando um branco se instala em sua mente e você percebe que nenhum pensamento, nenhuma emoção, fantasia alguma, circula nesse vácuo, por mais que tente convocá-los à ponta de seus dedos”. Não ter boas idéias sempre, não quer dizer que a pessoa não saiba escrever bem, isso acontece com os escritores mais bem treinados. A escrita é apenas uma das formas de comunicação do ser humano. E única na espécie.
A palavra escrita rompe as barreiras físicas, indo a todo lugar, transpassando o tempo e o espaço. O que se escreve hoje poderá ser lido por outras pessoas daqui algumas décadas. E esse fato carrega uma riqueza social imensurável.
Antigamente a escrita era privilégio apenas de um grupo seleto, como os escribas e alguns monges, era um trabalho que demandava tempo, como afirma Belloto (20003, p. 25),
[...] Reproduzir os textos era um processo lento e árduo. Entretanto, após a criação da prensa de tipos móveis, por Gutenberg, a palavra escrita ampliou sua capacidade de se espalhar.
 A conscientização da necessidade do desenvolvimento da leitura e da escrita faz-se urgente, ela além do desenvolvimento pessoal, possibilita a interação com outras pessoas, sejam de perto ou de longe, seja através do texto escrito ou das novas tecnologias. Belotto (2003, p.25) diz, [...] “Escrever é a arte de interagir com a mente das pessoas através das palavras escritas. E as palavras são ferramentas muito poderosas.”
Que as palavras, nos impulsionem a exprimir nossos desejos e sonhos, que elas nos façam galgar novos horizontes do conhecimento, que elas façam parte de nossas interações trazendo assim uma expressão das nossas próprias aprendizagens, despertando no outro que, aprender faz parte da essência humana, e que a leitura e escrita podem ser uma dessas portas de entrada para um mundo de novas oportunidades.


                                                                                                                                Josiane Ludovico.